COLONIA DO PINHAL
Foi uma colônia particular que recebeu alemães de procedência diversa, fundada em 1857.
Segundo Pe. Luisinho Sponchiado, desde 1828, apreciável numero de famílias alemãs foi se estabelecendo na cidade e na região de Santa Maria da Boca do Monte. De inicio eram agrupamentos de membros egressos do 28 Batalhão de Granadeiros Alemães contratados pelo Imperador D. Pedro I para lutar na Guerra Cisplatina. Mais tarde, a partir de 1835, eram os fugitivos de São Leopoldo, impelidos pelas perseguições da revolução farroupilha. Já em 1850 eram os “Brummer” soldados alemães contratados pelo governo para incorporarem no exercito nacional para os combates contra Rosas. Prosperando rapidamente, Pinhal tornou-se Freguesia e com muitos estabelecimentos comerciais e industriais.
Após agrupamento de pessoas em região de razoável elevação topográfica, com ambiente mais compatível com o clima europeu, ao norte de Santa Maria, sobre a serra, onde hoje situa-se o município de Itaara, fundaram a colônia do Pinhal. Os residentes resolveram agrupar-se em local isolado com o evidente interesse em proteger-se. O agrupamento com 16 famílias e 69 indivíduos veio a ser identificada como Colônia do Pinhal na época de sua fundação em 1857. Compreendiam estas famílias os seguintes:
- Klein Adolph, com 5 membros, natural da província, ocupando o lote 13;
- Gaelzer Gustav, natural de São Leopoldo, solteiro, ocupando o lote 48;
- Falkenberg Peter, natural da província, com 3 membros, ocupando o lote 49;
- Gaelzer Wilhelm, com 2 membros, ocupando o lote 55 A;
- Barret Marius, solteiro, da Alsacia-Lorena, no loote 113;
- Bohrer Christiano, com 8 membros, ocupando o lote 136;
- Bohrer Johnnes, com 6 membros descendente da província, ocupando o lote 137;
- Bohrer Julius, com 3 membros, natural da província, ocupando o lote 166;
- Busch Wilhelm, com 2 membros, natural de Alemanha, ocupando o lote 196;
- Schmidt Heinrich, com 4 membros, natural da província, ocupando o lote 204;
- Schmidt Heinrich, solteiro, natural da província, ocupando o lote 224;
- Baungarten Johannes com 6 membros, natural da província, ocupando o lote 320;
- Eliansen Gen, natural da Suécia, com mais um membro, ocupando o lote 350;
- Bell Friedrich, com 10 membros, natural da Alemanha, ocupando o lote 375;
- Burmann August, com 9 membros, natural da Alemanha, ocupando o lote 382; e,
- Weber Johannes, solteiro, original da Alemanha, ocupando o lote 593.
Desconhece-se a historia da formação da colônia e seu fundador. Pode-se intuir ter sido constituída pela iniciativa de seus membros que adquiriram os lotes pioneiros uns próximos dos outros, e posteriormente a ampliaram e a institucionalizaram como Colônia do Pinhal, tornando-se uma colônia particular.
Nesta corrente migratória das antigas colônias alemãs para Santa Maria, as famílias eram originárias da região de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Ivoti, Três Forquilhas e demais cidades da região.
Em 1857, dois anos após a morte de Johann Friedrich Böbion, seu genro Jacob Adamy vendeu suas terras na Picada 48, em Bom Jardim. Chefiando um grupo familiar de 15 pessoas – esposa, filhos, genro, nora e netos –, ele mudou-se para suas novas terras na região do Pinhal. No grupo estavam o genro Peter Daniel Gehm, natural de Katzenbach/Baviera Renana, e o futuro genro, Martin Zimmermann, nascido em Bom Jardim, em 9.11.1831. Eram parte das 11 famílias pioneiras que fundaram a pequena colônia alemã do Pinhal. Em 1862, o alfaiate Abraham Cassel, natural de Ulmet/Renânia-Palatinado, deixou Bom Jardim e se estabeleceu em Santa Maria, com a esposa, sete filhos e os sogros.
Luiz Cecchella nasceu em 1889, na Picada Café, era filho do italiano Luigi Cecchella e de Maria Luiza Link, natural de Picada Café. Com seus pais e irmã, ele mudou-se para Santa Maria, casando, no Pinhal, com Amantina Izabella Adamy, em 1909. Junto veio seu tio João Link Sobrinho.
Todos esses geraram extensa e importante descendência em Santa Maria, com valiosa contribuição para o desenvolvimento da cidade e região.