Pioneiros
Ocupação dos Lotes Coloniais:
A noticia da conclusão dos trabalhos de demarcação da nova colônia em 1884, espalhou-se na sede da vizinha da Colônia de Silveira Martins – Berço da Quarta Colônia da Imigração Italiana no RS – suas vizinhanças, e também na já consolidada e vizinha Colônia de Santo Ângelo (Agudo), do outro lado do Jacuí. A colônia Santo Ângelo já possuía então, quase 30 anos e já desenvolvia enorme produção agrícola, associado ao fato de já estar na sua primeira geração, precisando alcançar novas terras. Além do mais, muitos dos italianos assentados em Silveira Martins, já a quase 10 anos ocupavam terras montanhosas ou áreas urbanas, necessitando, da mesma forma que os alemães, alcançarem novas oportunidades e espaços.
Aliado a estas necessidades, a fertilidade das terras e a planura das várzeas dos rios, interessou aos colonos. Uniu-se o útil ao agradável. O fato da colônia ser de iniciativa particular, sem patrocínio governamental, não desinteressou nem assustou os colonos. Para eles fazerem negócios desta dimensão, com desconhecidos, sem nenhum respaldo ou resguardo governamental, tampouco da Igreja, era sempre temerário. Qualquer imigrante sempre desconfia de tudo quando recém chegado.
A venda dos lotes era feito era feito à vista ou à prazo. Quando à prazo, tinham 3 anos de carência para iniciar sua quitação. Passado este período, os juros eram cobrados e capitalizados de 6 em 6 meses. Estes juros variavam de 6 a 12% sobre o valor da divida no semestre. Estes regimes de financiamento foram identificados no livro da contabilidade da família Mostardeiro, em poder de Domingos G. Mostardeiro Filho.
Estas condições estimularam os colonos de Silveira Martins a abandonarem seus antigos lotes localizados nas serras e encostas acidentadas. Da mesma forma em relação aos alemaes da Colônia Santo Ângelo, seja pelo mesmo motivo seja pela necessidade de expandir seus negócios e investimentos, buscando novas áreas de várzeas planas de Dona Francisca. Sonho de todo imigrante, pois, na Itália, “la pianura padana”, com várzeas idênticas as do Jacuí e do Soturno, eram inacessíveis pois eram latifúndios pertencentes aos nobres condes e Senhores. As poucas várzeas do Rio Pó cultivadas, eram cedidas sob regime de meeiros com os colonos, agora nossos imigrantes. Então, a possibilidade da plena propriedade própria de terras, idênticas condição dos condes e Senhores do Pó, era algo sonhado e almejado por todo colono originário daquela “Pianura”, os vicentinos, os Padovanos, os Veroneses e os Trevisanos.
Resumindo, a necessidade de aumentar áreas de agricultura e a fertilidade das terras foram os motivadores principais, aliados ainda aos fatos de que: o exemplo de confiança demonstrada pelos alemães que já estavam tomando as primeiras iniciativas de compra, as facilitadas condições de pagamento, a evidencia de rigidez formal da documentação e das delimitações dos lotes, e, muito significativamente, a realização do sonho de ser o Senhor de uma propriedade de mesma qualidade e nobreza daquelas do vale do Pó, levaram os colonos a superar outras razoes de risco. Logo os primeiros compradores identificaram na família do colonizador, seriedade e admiração que superou qualquer eventual suspeita ou temor na efetuação do investimento.
Em maio de 1883, o lote N. 9 foi vendido para o Sr. Carlos Neuyorks migrante da Colônia Santo Ângelo, pelo valor de 1.000$000 réis, isto é, um conto de réis. O lote N. 9 localiza-se na atual Linha do Moinho e pertenceu recentemente à viúva de Ari Segabinazzi. Este comprador na verdade trata-se de Carl August Peter Neujhar nascido em 10.09.1854 em Alt Bansin - Kreis Köslin – Pomerânia - Alemanha, que segundo a Editora Werlang, teria chegado na Colônia Santo Ângelo em 1.11.1857, juntamente com seus 4 irmãos e os pais. A família embarcou em Hamburgo na Escuna Rena. No dia 27.10.1857 desembarcou em Porto Alegre do Iate Minuano. Em 1859 era proprietário na Picada do Rio do lote número 4 (72,6 ha) que em 1880 o pagou ao Governo da Província no valor de 450$000 réis. Posteriormente, em 1860 adquiriu também outro lote na Colônia Santo Ângelo, adquirido de Manoel da Rosa Garcia.
No mesmo ano de 1883 foram vendidos outros 2 lotes coloniais ao Sr. José Gomes Leal, antigo proprietário da Fazenda Santo Antônio, por 1.000$000 réis cada um, pagos à vista no ato da compra. Um destes lotes (N. 7) já tinha sido reservado a ele desde o momento em que vendeu a sua Fazenda Santo Antônio, sendo, portanto o primeiro proprietário de lote. Pode-se observar que o preço dos lotes na Colônia Dona Francisca era significativamente maiores do que os dos lotes vendidos na Colônia Santo Ângelo.
O empreendimento traria razoável lucratividade para a família Mostardeiro. Somente a venda dos 69 lotes coloniais renderia um valor aproximado de 69.000$000 reis, três vezes maior que o valor da aquisição da fazenda, na qual não houve pagamento em espécie. Adicionalmente, a família obteve valores adicionais com as chácaras e lotes urbanos, além da exploração da madeira e da comercialização de produtos coloniais.
A grande procura de lotes ocorreu a partir de 1884, quando 15 famílias deixaram Silveira Martins, iniciando o movimento migratório para Dona Francisca, onde adquiriram seus lotes coloniais, em parceria ou individualmente.
A relação dos colonos proprietários foi elaborada após consulta ao livro da família Mostardeiro e sua procedência confirmada no Códice de Silveira Martins – 1882, no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
Os italianos pioneiros foram: David Monego, Domenico Rossin, Felice Bortolas, Lorenzo Martini, Michelle Rech, todos durante o mês de fevereiro de 1884. O povo franciscano relaciona as seguintes famílias como pioneiras: Cassol, Fantinel, Segabinazzi e Mezzomo. Estas famílias são também mencionadas como pioneiras na Enciclopédia Rio Grandense, Segundo volume, paginas 140 e 141. Tal fato é verdadeiro se fixaram-se nos lotes antes da compra efetiva. Destas famílias citadas, a Segabinazzi adquiriu seus lotes em março de 1884, e as demais em abril de 1884.
Baseado nas mesmas fontes de pesquisa, a seguir estão relacionados os migrantes chegados a cada ano, a partir de 1883:
Assentados na Colônia Dona Francisca em 1883:
1 - José Gomes Leal, brasileiro, procedente da província.
2 - Carl August Peter Neujhar, alemão, nascido em Alt Bansin - Kreis Köslin – Pomerânia – Alemanha, procedente da Colônia Santo Ângelo.
Assentados na Colônia Dona Francisca em 1884:
3 - Antônio Baú, austríaco, trentino, chegado em abril/1877 na Colônia Silveira Martins, onde com a esposa Oliva Tezzele, ocuparam o lote 333. Eram provenientes de San Sebastiano - Roveretto - Trento.
4 - Antônio Cassol, Italiano, belunense, chegado em pelo Vapor Ester 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins, onde com a esposa Magdalena Ferro e 7 filhos, ocuparam o lote 416. Eram provenientes San Gregório nelli Alpi - Feltre – Belluno.
5 - Antônio Fantinel, Italiano, belunense, chegado pelo Vapor Ester, em 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Corona Marchet e 5 filhos solteiros. Eram provenientes de Parfen - Feltre- Belluno.
6 - Davide Giacobbe Monego, Italiano, belunense, chegou em 1877 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Giovanna Cassol, filha de Antônio Cassol. Eram provenientes de Santa Giustina – Feltre – Belluno.
7 - Domenico Mezzomo, Italiano, belunense, chegou em 1884 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Maria Cassol e 5 filhos solteiros, de onde partiu em seguida para a Colônia Dona Francisca. Eram provenientes de S. Giustina - Feltre- Belluno.
8 - Domenico Rech, austríaco, trentino, chegou em 11/1/1878 pelo no Vapor Ester na Colônia Silveira Martins, com a esposa Domenica Zanconera, de onde partiu para a Colônia Dona Francisca. Eram provenientes de San Sebastiano – Roveretto – Trento.
9 - Domenico Rossini, italiano, mantovano, chegou em 26/1/1878 na Colônia Silveira Martins, com esposa Giovanna Gaiotto e 3 filhos solteiros, onde ocuparam o lote 632. Eram provenientes de Viadana – Mantova.
10 - Felice Bortolaz, italiano, belunense, chegou pelo Vapor Ester em 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins, com esposa Maria Carmelitana Biasuz e 2 filhos solteiros, onde ocuparam o lote 320. Eram provenientes de Feltre – Belluno.
11 - Phelippe Segabinazzi, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Ester em 11/1/1878 na Colônia de Silveira Martins, com a esposa Praxedes Giordani e seu filho Giovanni solteiro, onde ocuparam o lote 487. Eram provenientes de Avio – Trento.
12 - Francesco Segabinazzi, austríaco, trentino, irmão do Phelippe, chegou pelo Vapor Ester na Colônia Silveira Martins, onde com a esposa Catterina Rudari, ocuparam o lote 430. Eram provenientes de Avio - Trento.
13 - Giovanni Guerino Baú, austríaco, trentino, chegou em 1878 na Colônia Silveira Martins, com esposa Margheritta Marzari onde ocuparam o lote 673. Eram provenientes do San Sebastiano - Roveretto – Trento.
14 - Giacomo Giuliani, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Habsburg em 12/1/1883, na Colônia Silveira Martins, com esposa Clementina Giordani e 6 filhos, onde ocuparam o lote 489. Eram procedentes de Avio -Trento.
15 - Luigi Bastiani, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Scrivia em 15/12/1883 na Colônia Silveira Martins, solteiro, de onde se mudou para a Colônia Dona Francisca. Era procedente de San Sebastiano - Trento.
16 - Michelle Rech, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Ester em 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins, com esposa Gentila Cuel e 6 filhos solteiros. Eram provenientes de San Sebastiano – Trento.
17 - Paolo Serafini (ou Serafin), Italiano, friulano, chegou na Colônia Silveira Martins com a esposa Francesca Vizon. Eram provenientes de Gemona Del Friulli – Friulli Venezia Giulia.
18 - Sante Leonardi, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Hasburg em 12/1/1883, na Colônia Silveira Martins, com esposa Maria Rizzi e 4 filhos solteiros. Eram provenientes de Avio - Trento.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1885:
19 - Antonio Dal Cin, italiano, trevisano, chegou pelo Vapor Colombo, em 30/2/1878 na Colônia Silveira Martins, viúvo, com 3 filhos solteiros. Eram provenientes de Conegliano - Treviso.
20 - Antonio Moretti, italiano, verones, chegou em maio de 1878 na Colônia Silveira Martins, com esposa Catterina e 2 filhos, onde ocuparam o lote 690. Eram provenientes de Ronco D'Adige – Verona.
21 - Battista Mabboni, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Ester, em 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins, onde não teve registro de aquisição de lotes, transferindo-se para a Colônia Dona Francisca. Poucos anos depois, transferiu-se com toda família para a nova Colônia Antão Farias na região de Ijuí. Era proveniente de Trento.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1886:
22 - Adolpho Neujahr, brasileiro descendente de alemães, casado com Catherine Kern, nascido na Colônia Santo Ângelo e procedente da mesma.
23 - Domenico Pozzer, austríaco, trentino, chegou em 1885 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Carolina Campidelli e 9 filhos, não ocupando lotes nesta colônia, indo direto para a Colônia Dona Francisca. Eram procedentes de Avio – Roveretto – Trento.
24 - Frederico Rockembach, brasileiro, descendentes de alemães, casado com Elisabetha Kern, nascido na Colônia Santo Ângelo e procedente da mesma.
25 - Luigi Marzari, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor La France, em 3/10/1883 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Carolina Maria Luigia Valle sem ocupar lotes nesta colônia, indo direto para a Colônia Dona Francisca. Eram procedentes de San Sebastiano – Roveretto – Trento.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1887:
26 - Germano Pötzhald, brasileiro, descendente de alemães, nascido na Colônia Santo Ângelo e procedente da mesma.
27 - Germano Sussemback, brasileiro, descendente de alemães, nascido na Colônia Santo Ângelo e procedente da mesma.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1888:
28 - Basílio Petrini (Petterini), italiano, chegou na Colônia Dona Francisca, com a esposa Oliva Bortolotto e 1 filha.
29 - Bortolo Peserico, italiano, vicentino, chegou na Colônia Dona Francisca, com esposa Olímpia Bertoldo e 3 filhos.
30 - Carlos Maurizio, italiano, chegou na Colônia Dona Francisca.
31 - Domenico Leonardi, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Ester em 11/1/1878, na Colônia Silveira Martins, com esposa Rosa Giordani Francesconi e 1 filho, onde ocuparam o lote 539. Eram provenientes de Avio – Roveretto - Trento.
32 - Philomena Cattelan Bortolotto, italiana, pordenonense, chegou pelo Vapor Colombo, em 12/2/1878 na Colônia Silveira Martins, com o esposo Francesco Bortolotto, que faleceu nesta colônia, e 5 filhos. Eram provenientes de Prata – Pordenone - Udine.
33 - Francesco Pilecco, austríaco, trentino, chegou 1878 na Colônia Silveira Martins, com a esposa, viúva Giovanna Rampelotto e 1enteado, ocupando o lote 579. Eram procedentes de Torcegno – Trento.
34 - Giacobbe Missio, italiano, trevisano, chegou pelo Vapor Colombo em 20-12-1883 na Colônia Silveira Martins, de onde migrou para a Colônia Dona Francisca. Era proveniente de Oderzo – Treviso.
35 - Emmanuelle Vittore Cassol, italiano, belunense, chegou pelo Vapor Adria em 15/1/1888, solteiro, na Colônia Silveira Martins, migrando imediatamente para a Colônia Dona Francisca. Era procedente de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
36 - Michelle Bressa, italiano, udinense, chegou na colônia Silveira Martins e migrou em seguida para a Colônia Dona Francisca, com a esposa Maria Vedova e 3 filhos. Eram procedentes de Udine.
37 - Olivo Bortolin, italiano, pordenonense, chegou na Colônia Silveira Martins com a esposa Luigia Pivetta e 5 filhos, migrando em seguida para a Colônia de Dona Francisca. Eram procedentes de Tamai di Sacile – Pordenone.
38 - Pietro Natale Cassol, italiano, belunense, chegou em 1878 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Paolina Argenta e 2 filhos, ocupando o lote 185 desta colônia. Eram procedentes de Libano – Belluno.
Em 1889: não ocorreu nenhuma entrada de colonos na Colônia Dona Francisca.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1890:
39 – Stephano Bigolin, italiano, trevisano, chegou em 24/4/1887 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Carolina Gitta e 4 filhos, depois de viver alguns anos em Nova Trento - SC. Eram procedentes de Treviso.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1891:
40 – Andrea Fin, italiano, vicentino, chegou em janeiro de 1884 na Colônia Silveira Martins, com a esposa Rosa Ceolatto e 5 filhos. Eram procedentes de Valdagno – Vicenza.
41 – Antonio Casanova, italiano, belunense, chegou na Colônia Santo Ângelo, com a esposa Ângela Caviola e 1 filho. Eram procedentes de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
42 – Antonio Martini, austríaco, trentino, chegou em dezembro de 1890 na Colônia Silveira Martins, transferindo-se imediatamente para a Colônia Dona Francisca, com esposa Victoria Argenta e 4 filhos. Eram procedentes de Trento.
43 – Antonio Petrini (Petterini), italiano, udinense, chegou na Colônia Silveira Martins com esposa Rosaria Rossi e 2 filhos, tranferindo-se para a Colônia Dona Francisca, onde já se encontrava seu filho Basílio. Eram procedentes de Udine.
44 – Gaetano Potezzi, italiano, chegou na Colônia Silveira Martins, transferindo-se logo para a Colônia Dona Francisca, de onde novamente migrou para outra colônia.
45 – Francesco Giovannini, italiano, belunense, chegou na Colônia Santo Ângelo com a mãe e 2 irmãos, transferindo-se para a Colônia Dona Francisca, já casado com Adele Pozzer. Era procedente de Santa Giustina – Belluno.
46 – Giacobbe Giacomo Trojan, italiano, belunense, chegou em 23/2/1888 na Colônia Silveira Martins com os pais e irmãos, transferindo-se para a Colônia Dona Francisca com esposa Angélica Graciosa Cassol. Eram procedentes de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
47 – Giovanni Filippini, italiano, mantovano, chegou na Colônia Silveira Martins e logo mudou-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Maria Tovazzi. Em 1924 migrou novamente para a Colônia Antão Farias – Formigueiro. Era procedente de Mantova.
48 – Olyntho Soccal, italiano, belunense, chegou em abril de 1878, na Colônia Silveira Martins, com os pais e 6 irmãos ocupando o lote 269, tranferindo-se para a Colônia Dona Francisca. Eram provenientes de Pieve D'Alpago - Lozzo di Cadore – Belluno.
49 – Pietro Colvero, italiano, trevisano, chegou pelo Vapor Kronprinz Fried Wilhelm, em 10/12/1879 na Colônia Silveira Martins, com os pais e irmãos, transferindo-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Angélica Cassol. Era procedente de Vittorio Vêneto – Treviso.
50 – Vittore Cassol, italiano, belunense, chegou ao Brasil em 1891, dirigindo-se imediatamente para a Colônia Dona Francisca, com a esposa Maria Cassol. Em 1910 transferiu-se para a Colônia Antão Farias com todos os filhos. Eram procedentes de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
51- Giulio Domenico Migotto, italiano, trevisano, chegou ao Brasil em 25/2/1886 no Rio de Janeiro, casado com Carolina Maria Luigia Valle.
52 - José Marques Ribeiro, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
53 - João Ladislau, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1892:
54 – Antonio Pereira Lopes, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
55 – João Valente, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
56 – Francesco Rampelotto, austríaco, trentino, chegou em 26/10/1882 na Colônia Silveira Martins, com a mãe Giovanna Rampelotto e o padrasto Francesco Pilecco, transferindo-se para a Colônia Dona Francisca, onde já se encontravam a mãe e o padrasto, ocupando o lote 51. Eram procedentes de Trento. Casou-se em 1892 com Lucilla Ottilia Scalzolaro.
57 – Henrique Assmann, brasileiro de origem alemã, nascido na Colônia Santo Ângelo, de onde migrou para a Colônia Dona Francisca com a esposa Catherine Galli.
58 – Giacobbe Cassol, italiano, belunense, chegou em 31/3/1892 na Colônia Silveira Martins, com esposa Martha Bastiani e 1 filho. Migrou em seguida para a Colônia Dona Francisca. Eram de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
59 – Giuseppe Pozzer, austríaco, trentino, chegou na Colônia Silveira Martins em 1885, transferindo-se solteiro para a Colônia Dona Francisca onde se casou com Fiorina Bortolin. Era proveniente de Avio – Roveretto – Trento.
60 – Ludgero Ruggero Pozzer, austríaco, trentino, chegou com os pais e irmãos na Colônia Silveira Martins em 1885, transferindo-se para a Colônia Dona Francisca onde se casou com Maria Luigia Serafini. Depois transferiu-se para a Colônia Antão Farias. Era proveniente de Avio- Roveretto – Trento.
61 – Luigi Cassol, italiano, belunense, chegou no Rio de Janeiro em 13.1.1892 , saindo para Porto Alegre através do Vapor “Rio Pardo”, com a esposa Giovanna Corasai e 2 filhos na Colônia Silveira Martins. Migrou para a Colônia Dona Francisca e depois em 1910 para a Colônia Antão Farias. Eram provenientes de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
62 – Primo Cassol, italiano, belunense, chegou pelo Vapor Belgrano em 10/1/1878, solteiro, ocupando o lote 300 na Colônia Silveira Martins. Depois se transferiu para a Colônia Dona Francisca, com a esposa Ângela Chiapinotto e 4 filhos. Era de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1893:
63 – Luigia Ângela Cassol, italiana, belunense, chegou casada com Giuseppe Argenta e 6 filhos na Colônia Silveira Martins. Depois, viúva, migrou com os filhos para a Colônia Dona Francisca. Eram provenientes de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
64 – Antonio Argemiro Rech, austríaco, trentino, chegou na Colônia Silveira Martins, solteiro, de onde transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Verginia Martini. Posteriormente transferiram-se para a Colônia Antão Farias. Eram procedentes de Trento.
65 – Basílio Zuchetto, italiano, trevisano, chegou solteiro na Colônia Silveira Martins, onde se casou com Giovanna Trevisan. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa onde adquiriu lote. Posteriormente transferiu-se para a Colônia Sobradinho onde faleceu. Era proveniente de Treviso.
66 – Carlo Marzari, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor La France em 3/10/1883, solteiro, com os pais e irmãos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca. Era procedente de San Sebastiano – Roveretto – Trento.
67 – Emilio Marzari, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor La France em 3/10/1883, na Colônia Silveira Martins, com esposa Adelinda Pozzer. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa e 4 filhos, e em 1910 transferiu-se outra vez para a Colônia Antão Farias. Eram procedentes de San Sebastiano – Roveretto – Trento.
68 – Guerino Marzari, austríaco, trentino, chegou solteiro pelo Vapor La France em 3/10/1883, na Colônia Silveira Martins. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com esposa Maria Giuditta Tezzele e 3 filhos, e em 1910 transferiu-se outra vez para a Colônia Antão Farias. Eram procedentes de San Sebastiano – Roveretto – Trento.
69 – Paolo Lora, italiano, vicentino, chegou em 8/2/1887, solteiro na Colônia Silveira Martins. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Pasqua Bagolin e 3 filhos. Era procedente de Valdagno – Vicenza.
70 – Viúva Tereza Stolf Girardi, austríaca, trentina, chegou na Colônia Silveira Martins com os pais e 7 irmãos, onde casou-se com Paolo Girardi. Paolo chegou solteiro em 1878 de Conco Vicentino – Vicenza, ocupando o lote 456 de Silveira Martins. Ela transferiu-se viúva com 3 filhos para a Colônia Dona Francisca, onde se casou posteriormente, em 1901 com o viúvo Giacomo Giuliani. Ela era procedente de Fornace – Trento.
 
Com 10 anos da criação da Colônia de Dona Francisca, 70 lotes haviam sido ocupados, sendo que aproximadamente 33% por austríacos trentinos, 25% italianos belunenses, 26 % italianos das demais províncias, 7% brasileiros nativos de origem portuguesa e 9% por imigrantes alemães ou de brasileiros descendentes de alemães.
 
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1894:
71 – Ângelo Bissacotti, Italiano, belunense, chegou em 31.01.1893 na Colônia Silveira Martins, com os pais e 3 irmãos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca, solteiro, onde faleceu em 1964. Era de Saltoi - São Gregorio nelle Alpi - Belluno.
72 – Ângelo Cortese, italiano, verones, chegou da Colônia de Bento Gonçalves diretamente na Colônia Dona Francisca em 1894, com a esposa Giuseppina Mafisoni e 3 filhos. Eram procedentes de Verona.
73 – Antonio Comazzetto, italiano, trevisano, chegou pelo Vapor Plato, em 25/3/1878, Na Colônia Silveira Martins, com os pais e 2 irmãos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Elisabetha Farenzena e 1 filho. Era proveniente de Pedderoba - Montebeluna – Treviso.
74 – Attilio Carlo Rech, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Ester em 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins, com os pais e 5 irmãos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Orsola Benvenuta Tezzele e 1 filho. Eram provenientes de San Sebastiano – Trento.
75 – Francesco De Rosso, italiano, vicentino, chegou na Colônia Silveira Martins com esposa Ângela Manfron e 4 filhos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa e 5 filhos, dos quais, alguns se transferiram novamente para a Colônia Antão Farias em 1925. Eram procedentes de Schio – Vicenza.
76 – Guglielmo Dalla Costa, italiano, vicentino, chegou pelo Vapor Colombo, em 12/2/1878 na Colônia Silveira Martins com os pais e 5 irmãos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Catherina Farenzena. A família de Guglielmo tinha como destino o estado do Paraná, mas por necessidade de substituir os russos-alemaes, foi desembarcado em Porto Alegre. Eram procedentes de Asiago – Vicenza.
77 – Giovanni Busanello, italiano, trevisano, chegou na Colônia Silveira Martins, onde casou com Giovanna Comazzetto. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca, com esposa e 1 filho. Era procedente de Treviso.
78 – Giovanni Comazzetto, italiano, trevisano, chegou na Colônia Silveira Martins pelo Vapor Plato em 25/3/1878 com os pais, irmãos e esposa Elena Barbisan. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca. Era procedente de Pedderoba - Montebeluna – Treviso.
79 – Gaetano Giuseppe Ziani, italiano, mantovano, chegou na Colônia Dona Francisca procedente da Colônia Conde D’Eu com a esposa Giuseppina Gasparetto (ou De Gaspari), depois de passar alguns anos em Arroio Grande onde seu irmão Natale foi assassinado. Era procedente de Goito – Mantova.
80 – Lorenzo Martini, italiano, belunense, chegou pelo Vapor Ester, em 11/1/1878, com esposa Margheritta Baldissera na Colônia Silveira Martins, ocupando o lote 319. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa e 8 filhos. Eram de Cesio Maggiore – Belluno.
81 – Pietro Paolo Bortolaz, italiano, belunense, chegou pelo Vapor Ester, em 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins, com os pais e 1 irmão, ocupando o lote 320. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a esposa Maria Catherina Leonardi e 2 filhos. Era procedente de Feltre - Belluno.
82 – Peter Nicbel, descendente de alemães, procedente da Colônia Santo Ângelo.
83 – Tiziano Sonego, italiano, trevisano, chegou na Colônia Silveira Martins em 25/12/1887 com os pais e 5 irmãos. Transferiu-se para a Colônia de Dona Francisca com a esposa Antonia Canevi e 2 filhos. Eram de Cordignano – Treviso.
84 – Antonio Soares, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
85 – Domingos Mostardeiro, brasileiro de origem portuguesa, natural da província e filho do criador da Colônia Dona Francisca.
86 – Fructuoso Mostardeiro, brasileiro de origem portuguesa, natural da província e filho do criador da Colônia Dona Francisca.
87 – Vicente Fernando Siqueira, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
88 – Zeferino Santana, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1895:
89 – Ângelo Amelio Cassol, italiano, belunense, chegou pelo Vapor Ester, em 11/1/1878 na Colônia Silveira Martins com os pais e irmãos, ocupando o lote 416. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com esposa Rosa Zini e 5 filhos. Era procedente de San Gregorio nelle Alpi – Belluno.
90 – Pietro Bressa, italiano, udinense, chegou em 29/5/1887 na Colônia Silveira Martins, com os pais e o tio. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca, solteiro, onde manteve relação de concubinato com Albina Ravina e teve 12 filhos. Era procedente de Udine.
91 – Pietro Giuliani, austríaco, trentino, chegou pelo Vapor Hasburg, em 12/1/1883 na Colônia Silveira Martins, com os pais e 5 irmãos, ocupando o lote 489. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca, solteiro. Era procedente de Avio – Roveretto – Trento.
92 – Annalia Mostardeiro Dorn, brasileira de origem portuguesa, natural da província, filha do criador da colônia.
93 – João Gonçalves, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
94 – Laura M. Boeira, brasileira de origem portuguesa, natural da província.
95 – Senhorina Guilhermina Carvalho, brasileira de origem portuguesa, natural da província.
96 – Venâncio Antunes Pereira, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
97 – Pedro V. de Barcelos, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1896:
98 – Ângelo Zago, italiano, trevisano, chegou na Colônia Silveira Martins com a esposa Ângela Domenica Battistella e 5 filhos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca. Eram procedentes de Mansué – Treviso.
99 – Fritz Engel, descendente de alemães da Colônia Santo Ângelo.
100 – Giovanni Baú, austríaco, trentino, chegou abril de 1878 na Colônia Silveira Martins, com esposa e 2 filhos, ocupando o lote 673. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com esposa e filhos. Era proveniente do S. Sebastiano - Roveretto – Trento. Esta repetido é o mesmo Giovanni Quirino
101 – Giovanni Pozzer, austríaco, trentino, chegou na Colônia Silveira Martins em 1883, com esposa Domenica Campidelli e 6 filhos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca. Eram provenientes de Avio – Roveretto – Trento.
102 – Lucas Kipper, descendente de alemães da cidade de Santa Cruz do Sul. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com esposa Márcia Buelge.
103 – Ludovico Pozzer, austríaco, trentino, chegou na Colônia Silveira Martins em 1883, com os pais e irmãos. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com esposa Thereza Ravina e 2 filhos, de onde se transferiram para a Colônia Aroeira (São Sepé) em 1920. Era procedente de Avio – Roveretto – Trento.
104 – Nicolo Forgiarini, italiano, udinense, chegou pelo Vapor Hasburg, em 12/1/1883 na Colônia Silveira Martins. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca, com esposa Maria Chiapinotto e 2 filhos. Era proveniente de Gemona Del Friulli – Udine.
105 – Domingos Coelho, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
106 – Ignácio Cardoso, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
107 – João Rodrigues, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
108 – Joaquim Ladislau dos Santos, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
109 – Lino Barbosa, brasileiro de origem portuguesa, natural da província. (Doca)
110 – Luiz Barbosa, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
111 – Rosalino Dutra, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1897:
112 – Giovanni Segabinazzi, austríaco, trentino, chegou em 1878 na Colônia Silveira Martins, com os pais e tio. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca onde já se encontravam seus pais e tio, casado com Santa Trojan e 2 filhos. Era procedente de Avio – Roveretto – Trento.
113 – Albert Karkow, alemão, embarcou no porto de Hamburgo no navio “Isabel”, chegando em 9.1.1869 na Colônia Santo Ângelo, com os pais e irmã. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com a família. Era procedente da Pomerania – Alemanha.
114 – Antonio Marzari, austríaco, trentino, chegou pelo vapor La France em 3/10/1883, na Colônia Silveira Martins, com esposa Rosa Valle e 7 membros. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca onde já se encontravam seus filhos. Eram de San Sebastiano – Roveretto – Trento.
115 – Ernest August Seidler, descendente de alemães, transferiu-se da Colônia Santo Ângelo para a Colônia Dona Francisca.
116 – Laurentina Soares, brasileira de origem portuguesa, natural da província.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1898:
117 – Dyonisio Manoel de Medeiros, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
118 – José Coelho, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
119 – Emilio Martini, italiano, belunense, chegou na Colônia Silveira Martins, com esposa Luigia De Gol e 1 filho. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com esposa e 2 filhos. Eram de Belluno.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1899:
120 – Francisco B. Pinto, brasileiro de origem portuguesa, natural da província.
Assentados na Colonia Dona Francisca em 1900:
121 – Carl Jacob Simon, alemão, transferiu-se da Colônia Santo Ângelo para a Colônia Dona Francisca, com esposa Maria Rosália Karkow e 3 filhos.
122 – Francesco Giuliani, austríaco, trentino, chegou na Colônia Silveira Martins antes do restante da família. Transferiu-se para a Colônia Dona Francisca com esposa Catherina Guerra e 5 filhos. Eram de Roveretto – Trento.
Portanto, até 1900, ao longo dos primeiros 17 anos de existência da Colônia Dona Francisca, 122 chefes de família adquiriram lotes. Destas, 31 eram austríacas do trentino, correspondendo a 26%; 51 eram italianas, correspondendo a 42% (sendo que, destas, 22 eram italianas belunenses, correspondendo a 18% e, 30 das demais províncias italianas, correspondendo a 24%); 12 eram alemãs ou descendentes de alemães, correspondendo a 10% e, finalmente 27 famílias eram de brasileiros de origem portuguesa, provenientes da própria província, correspondendo a 22%.
O objetivo de quantificar os percentuais da origem dos pioneiros é o de tentar estabelecer mais adiante, o perfil social resultante da comunidade franciscana. De antemão, pode-se afirmar que todos estes pioneiros possuíam, inegavelmente, duas evidentes características positivas para esta migração interna:
- eram abastados e possuidores de capital suficiente para adquirirem o novo lote colonial ou chácara na nova e distante Colônia Dona Francisca, considerando os elevados valores destes lotes quando comparados com os valores de outras colônias. O mesmo se aplica aos compradores de lotes nas novas colônias vizinhas de São João do Polesine e de Faxinal do Soturno. Ou seja, após 1882, quando o governo deixou de doar terras, suas aquisições precisavam ser pagas, embora subsidiadas e com pagamentos parcelados após confortável período de carência. Os novos imigrantes ou aqueles já instalados que precisavam de terras podiam recorrer às novas colônias governamentais próximas (Geringonça, Núcleo Norte, Núcleo Soturno, Val Verones) ou mesmo recorrer à distante Colônia de Jaguari, onde os valores dos lotes eram substancialmente menores. Ou seja, em Dona Francisca o lote colonial custava 1.000$000 reis, enquanto que nas outras colônias demarcadas pelo governo, variava de 155$000 reis a 300$000 reis. Todas elas ofereciam condições facilitadas de pagamento, com períodos de carência girando em torno de 3 anos e taxas de juros oscilando de 6 a 12%; e,
- adicionalmente, mesmo aqueles pioneiros que não tinham todos os recursos financeiros para a compra à vista, demonstraram visão empresarial e iniciativa para assumirem uma divida significativa. Tal iniciativa era ainda mais arrojada considerando que esta colônia de Dona Francisca não contava com amparo governamental e tampouco contava com amparo espiritual da Igreja, pelo contrario, era região de alemães e brasileiros, e, diferentemente de Polesine e Faxinal, situava-se bastante deslocada de Silveira Martins e Vale Veneto.
Portanto, conclui-se com razoável segurança que estes pioneiros austríacos, italianos, alemães e brasileiros possuíam recursos econômicos, determinação, coragem e ousadia para enfrentar uma vida nova sem a mesma segurança, amparo e proteção que detinham nas colônias já consolidadas ou nas novas governamentais.
 
